Como encaramos os nossos erros? João Pacifico, CEO do Grupo Gaia, explica como erros podem fazer parte de um processo de evolução e mostra como aplica essa ideia em sua empresa.
Se todo mundo ouve desde cedo que errar é humano, por que a gente ainda não aprendeu a lidar com ele???
Fiz faculdade de engenharia... De tudo o que estudei em 5 anos, uma das poucas lições que guardei era de um exemplo da Toyota. Segundo aprendi, quando alguém erra, ao invés de ir atrás da pessoa culpada, eles analisavam o que poderia ser melhorado no processo.
A lógica é simples:
Errar é humano.
Todos somos humanos, portanto erramos.
Confiar algo a uma única pessoa é estar certo que em algum momento “vai dar ruim”...
Se algo deu errado, melhore o processo, ele que não funcionou!
E como encaramos os nossos erros?
Normalmente muito mal. Nos sentimos culpados (um dos sentimentos mais danosos para a evolução) por termos sido HUMANOS...
Por outro lado, tem aquelas pessoas que falam com tanta naturalidade dos erros, que parecem não se importar com as consequências. Quantas vezes a minha filha acha que ao fazer algo errado basta pedir desculpas...
O mais importante é usar o erro como parte do processo de evolução e aprendizado da maior escola que estudamos, a escola da VIDA.
Alguns erros podem ser muito danosos, custar muito caro, eventualmente vidas podem ser perdidas. Outros são pequenos.
Por isso, também precisamos diferenciar erros e erros. Não podemos colocar todos no mesmo cesto.
Em ambientes corporativos, onde há um grande medo de errar, a consequência também é danosa: a falta de inovação. Afinal, se você tem medo de ser apontado por algo que fez e não deu certo, por que vai arriscar sair da zona de segurança onde tudo supostamente dá certo?
Na Gaia, quando um erro vem de alguém comprometido com a empresa, que tem ciência das suas responsabilidades, nós fazemos questão de acolher. Entendemos que é nessa hora que a pessoa mais precisa do nosso apoio pra dar a volta por cima – e voltar a gerar bons resultados.
Certa vez pedimos aos Gaianos pra citar 3 momentos que marcaram sua trajetória na Gaia. Muitos deles, pra nossa surpresa, destacaram um momento em que erraram, acharam que iam ser até demitidos, mas foram acolhidos. E isso aumentou a conexão deles com a empresa.
Juntando tudo, sem errar:
- Na empresa, procure criar processos “à prova de erros humanos”.
- Não se culpe pelos seus erros, se responsabilize e reflita sobre os aprendizados.
- Ao falar de erros, precisamos diferenciar tipos de erros de acordo com suas potenciais consequências.
Antes de acabar o artigo, quero só deixar claro que não foi um erro fazer faculdade de engenharia e depois nunca ter trabalhado na área. Tive a oportunidade de desenvolver meu raciocínio, conhecer pessoas muito boas e lembrar da lição da Toyota.
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