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A PAIXÃO CORPORATIVA

A PAIXÃO CORPORATIVA
Rodrigo Malfitani
Jul. 11 - 4 min read
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“O amor, faz a gente enlouquecer, faz a gente dizer coisas, para depois se arrepender”. Refrão de uma música popular nos anos 90 do grupo de pagode Raça Negra, serviria muito bem também para ilustrar um comportamento cada vez mais comum nas redes sociais. Comum, massificado e padronizado. Onde foi que perdemos a nossa individualidade e nossa autenticidade? Quando foi que deixamos a verdade de lado para “postar por que é preciso”?

Muito usual os posts dos famosos kits de integração. Dos mais simples com bombom e crachá, até os mais sofisticados com notebooks modernos, celulares de última geração, copos térmicos, crachás com cordões coloridos, canetas 4 cores, caderninhos moleskines e por aí vai. Tudo pronto, bem organizado em cima da mesa aguardando o clic para o post.

Mas e na hora “H”, quando a bola começar a rolar para valer? Como serão as relações no dia a dia? Será que há relações verdadeiras e transparentes? E quando as coisas forem mal, como iremos agir? Ajudaremos quem precisa ou descartaremos quem falha? Quando houver desalinhamento, qual será a postura da liderança? Os erros serão corrigidos ou punidos?

Num jogo ainda comum nas empresas, em que o resultado a qualquer custo é que importa, mesmo que isso custe carreiras e sonhos, pessoas vão sendo deixadas para trás. Por trás de cada funcionário há um ser humano. De baixo de cada uniforme, há uma pessoa, cheia de sonhos, vontades e desejos. Nem sempre todos eles poderão se realizar. Mas poder dividi-los com alguém, ou ter alguém que realmente se interessa por eles já é um bom caminho.

O interesse custa pouco. Uma pergunta, um gesto, um olhar. Coisas simples que no dia a dia pode tornar o dia a dia nas empresas mais leve. Menos penoso e mais prazeroso. Empresas e negócios não são playgrounds ou parque de diversões. Mas não precisam ser maçantes e estressantes. Não precisam ser máquinas que criam a difícil rotina casa-trabalho, trabalho-casa.

Quando a paixão começa a acabar ou dá qualquer sinal de desgaste, é preciso uma conversa imediata. Paixão é fácil e gostoso. Mas o amor exige comprometimento. Algo maior. Sacrifícios, zelo e concessões. Paixão é impulso e emoção. Amor é silencioso e racional. E demanda propósito!

Investimos em “galinhas felizes” mas esquecemos das “pessoas felizes”. Adoramos orgânicos mas esquecemos de servir uma comida melhor para nosso time por uma economia de custo. Postamos sobre igualdade de gênero mas nunca ousamos sobre ter uma licença parental realmente diferente. (*Obs: faço aqui uma provocação para você leitor: faça uma rápida pesquisa sobre a relação dos países com melhor IDH no mundo e qualidade/tempo dessas licenças).

Quantas missões, visões e valores são escritos em quadros bonitos e por lá permanecem. Cada vez mais distantes da prática. Mas sempre postados nas redes. WALK THE TALK! Valores não são coisas nem objetos estáticos. Não são decorativos. Valores precisam ser praticados todos os dias. É um exercício diário. Prática e acompanhamento. Prática e acompanhamento. Prática e acompanhamento...

Seres humanos são complexos, difíceis de entender. Ô bichinho difícil que nós somos! Mas a relação com trabalho não precisa ser assim. Ela precisa ser simples para transformar as pessoas, para torná-las melhores. Nem todos conseguem ou podem ter a oportunidade de trabalhar com aquilo que é o seu propósito de vida. Iguaria ainda restrita. Mas fazer o bem não. Ajudar o próximo é fácil. Custa pouco. Dá pouco trabalho e pode impactar muito o coleguinha ali do lado.

Se você assumiu uma posição de liderança, esse é seu papel: fazer a vida do seu time mais fácil, mais alegre, mais prazerosa e mais desafiadora. Promova, estimule, envolva, desenvolva, forme, compartilhe. Faça seu time se apaixonar todos os dias para que no final, assim como o refrão da música, não tenha que se arrepender.

#EMFRENTE!


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