A necessidade de organizações que cultivam a aprendizagem tem sido cada vez mais emergente e as lideranças têm um papel fundamental na construção de um ambiente propício à aprendizagem. De acordo com Allan Church, vice-presidente de Avaliação e Desenvolvimento de Talentos Globais da PepsiCo, "Learning Agility é um dos tópicos mais importantes na gestão de talentos e desenvolvimento de lideranças atualmente".
Learning agility denota a "prontidão e capacidade de aprender com a experiência e transformar este aprendizado em ação em situações novas ou de maior complexidade". E este é o desafio quando buscamos estimular as equipes para a aprendizagem:
Como criar o desejo da busca pelo aprendizado e como oportunizar novos desafios aos times, que traduzam potencial em potência?
- Construa e valorize equipes diversificadas: valorize competências individuais, potencialize-as por meio do coletivo. Equipes que incluem pessoas com diferentes perfis e valorizam a contribuição dos integrantes, tendem a ter um desempenho superior ao de equipes homogêneas. Forneça desafios coletivos, reconheça e recompense as equipes. As pessoas aprendem de forma mais ágil quando são apoiadas por outras, com competências complementares.
- Fomente a ambiência de aprendizagem: estimule junto ao time a curiosidade, abertura ao novo, flexibilidade, disposição para mudança, busca por novos desafios e desejo de autodesenvolvimento, por meio de desafios práticos, ciclos de reflexão, práticas de escuta ativa, ponto/contraponto e experiências diversificadas de aprendizado. Busque ativar a consciência de que a aprendizagem é mais relevante do que resultados imediatos, o impulso para melhorar supera o desejo de alcançar.
- Exercite a liderança pelo exemplo: ao praticar uma postura de aprendiz, a liderança inspira sua equipe a ser mais flexível e inovadora, em vez de focar em confirmar suas crenças e opiniões pessoais. Líderes comprometidos com o aprendizado, modelam comportamentos de aprendizagem em seus times, assim como desafiam o potencial de suas equipes, ajudando-as a aventurar-se em novas experiências de aprendizagem.
- Incentive o diálogo franco, empoderamento das equipes e discussões sobre as lições aprendidas: ambientes de aprendizagem incluem e libertam o potencial do time, apresentam altos níveis de envolvimento e abertura. As pessoas saem das linhas formais de subordinação para discutir ideias, soluções e lições aprendidas sem medo, utilizam as falhas como insumo para o aprendizado e o crescimento.
- Ajude os profissionais a reconhecer sua potência pessoal: forneça desafios novos e, ajude-os a construir sua jornada de aprendizagem e progredir através de desafios de maior responsabilidade, complexidade e escopo. Adote o feedback e feedforward como práticas constantes.
- Crie métricas de aprendizagem: desenvolva um painel de gestão e mantenha-o à vista, contemplando programas de aprendizagem e suas aplicações no trabalho. Valorize, reconheça e recompense comportamentos de aprendizagem no time.
Learning Agility é um convite à aprendizagem e ação. Nos convida a olhar para dentro e desenhar nosso propósito, reconhecer valores, mapear forças, perceber comportamentos sabotadores e em especial refletir sobre nosso potencial e colocá-lo em ação. Nos convida a olhar para o outro exercitar a escuta ativa, a empatia, valorizar a diversidade, ampliar perspectivas, ajudar o outro a descobrir seu potencial e crescer na experiência coletiva. Nos convida também a olhar para fora e promover as mudanças necessárias, nos desafios diários que enfrentamos. A colocar foco e energia em ações que geram resultados de valor presente e futuro.
Não basta selecionar e desenvolver altos potenciais se não houver uma cultura de aprendizagem. Para que uma ambiência de aprendizagem se sustente e se consolide é necessário que esta seja apoiada pela alta liderança, é preciso criar espaços autênticos para aprender, que oportunizem o compartilhamento de lições aprendidas decorrentes de sucessos e falhas. Deve-se fomentar práticas de autonomia, adaptabilidade e atitudes como questionar o status quo, desafiar padrões, descobrir novas formas de criação e solução. Promover um senso de comunidade conectado a um propósito maior, que deve ser traduzido, de fato, em aprendizagem e ação.