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Como liderar no Home Office?

Como liderar no Home Office?
João Paulo Pacifico
set. 28 - 6 min de leitura
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João Paulo Pacifico, CEO do Grupo Gaia, destaca os desafios de liderar no home office e conta como mantem o engajamento, motivação e alinhamento da equipe durante esse período. 

 

Certamente ninguém acreditaria se em janeiro de 2020 alguém falasse que os líderes teriam que lidar com as seguintes condições:

  1. todos de forma remota

  2. crise econômica / desemprego

  3. maior pandemia de nossas vidas

  4. incertezas  e 

  5. aulas online (para quem tem filhos)

Mas aí veio março de 2020...  estávamos prontos para levar todos os Gaianos e Gaianas pelo segundo ano consecutivo para a Disney, quando 12 horas antes do embarque resolvemos cancelar.  Imagine a frustração.  Mas o que veio a seguir foram muitos aprendizados que irei compartilhar.

 

Diante disso, como fazer para motivar, engajar, produzir e continuar vivendo no meio desse caos?

 

A resposta caberia em um livro ou até em um curso de pós graduação, mas me proponho a ser direto e prático, trazendo quatro dicas que você pode aplicar a partir de hoje.

 

1. Quanto você está se cuidando?

Cuide de você e dos que te cercam.  A pressão externa às vezes é muito grande, assim como as obrigações de casa.  Cuide de sua saúde mental, medite, faça exercícios, se alimente de forma saudável.

Dê atenção a sua família, entenda que seus filhos/as tiveram suas vidas viradas do avesso.  Por isso, não adianta ficar os pressionando.

Manter a paz em si e dentro de casa é um exercício diário e importante para um líder.

No começo foi super desafiador para mim, ao lidar com as aulas online das minhas duas filhas (4 e 7 anos), mas fomos encaixando as rotinas, mantendo um clima leve em casa.  Mantive ao máximo que pude a minha meditação e nos últimos dias voltei a correr (com máscara).  Isso tem me ajudado muito.

Reflita nesse momento, de 0 a 10 quanto você está cuidando de você (sendo 10 o máximo que consiga nesse momento), e o que deve fazer para aumentar esse nível.

 

2. Ouça, acolha e apoie

 

A ação única mais eficaz para um líder é ouvir. 

 

A escuta ativa consiste em dar atenção genuína para a outra pessoa sem a julgar.

Em seguida, acolha.  Todo ser humano gosta de ser acolhido, de se sentir querido e importante para alguém, isso traz segurança mental e melhora muito o bem- estar individual e coletivo (da relação).

Após acolher, apoie a pessoa para que consiga atingir seus objetivos.

Isso é tão importante, que decidi transformar em um ritual semanal. Passei a marcar papos de 30min a 60 min com pessoas da empresa para ouvir. Mesmo com aquelas que não trabalham diretamente comigo.  Isso ajudou demais a enxergar coisas que não estava vendo e a acolher e apoiar cada um.

Reflita em relação a cada um da sua equipe, o quanto você tem ouvido essa pessoa, acolhido e apoiado.  E o que pode fazer para melhorar esses pontos.

 

3. Divirta

Você não precisa ser a pessoa mais engraçada do mundo.  Mas, mesmo a distância, crie momentos de diversão, descontração.

Na Gaia, fizemos pizzada, amigo secreto, show de talentos e tantas outras coisas que nos aproximaram socialmente, apesar da distância física.  Ao se divertir, esquecemos os problemas e nos energizamos para lidar melhor com os desafios da vida.

 

4. Mantenha o espírito de equipe

A distância física torna o trabalho muito mais solitário.  Para manter o espírito de equipe, durante as primeiras semanas fizemos papos diários com toda a empresa.  Sempre em um clima leve e divertido.

Nesse período passamos por momentos mais difíceis, como quando um Gaiano estava internado com COVID e pneumonia, ou no falecimento de parentes dos colaboradores.  Em alguns momentos fizemos grupos de orações voluntários, em outros dedicamos um minuto de silêncio, sempre respeitando e acolhendo.

Com o andar dos meses, mudamos a dinâmica e criamos 3 reuniões gerais.  Segunda feira, os líderes falam para todos as prioridades da semana, e na sexta as evoluções.  Nas quartas fazemos o Gaia Talk, onde abordamos as causas que o Grupo Gaia apoia (redução da desigualdade, mudanças climáticas e felicidade), trazemos convidados de fora ou fazemos apresentações internas.  

 

Por incrível que pareça, essas dinâmicas nos fortaleceram como grupo e cultura.  Pessoas que moram em cidades diferentes (temos gente em São Paulo, Pira e Salvador) passaram a se conhecer melhor e até desenvolveram amizades.

 

A pandemia tem sido um grande desafio individual e coletivo para a humanidade.   Várias das práticas e aprendizados que listei acima irão permanecer quando tudo isso passar.  E quanto melhor os líderes puderem encarar esse momento, mais fortes estaremos como indivíduos e como sociedade. 

Mas  diante de tantas mudanças, como será o Futuro?

Não tenho essa resposta.  Mas imagino o futuro que construiremos pra Gaia.

Muitas empresas falam de adotar o home office em definitivo.  Essa não será a nossa escolha. Podemos construir um modelo híbrido, após descobrir os benefícios do home office como produtividade, menos trânsito, maior convivência com a família... Além da descoberta que reuniões online realmente funcionam. 

Mas... a VIDA não funciona online.

 

O olhar acolhedor, o sorriso, o abraço, a brincadeira...Elas não têm o mesmo valor online. E nossa cultura sempre foi baseada na força das relações humanas.

 

Ainda se seu viés for APENAS a produtividade... Quantas ideias, projetos e soluções nascem de uma conversa no café, de um pensamento em voz alta, ou de uma troca de ideia informal?

O que mais as pessoas sentiram falta na quarentena foi de sair, encontrar as pessoas e se divertir. Se o trabalho também proporciona tudo isso, e ainda produtividade, por que escolher apenas ficar em casa?

 

 


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