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Gestores/Pais que focam nos pontos fracos mais atrapalham do que ajudam

Gestores/Pais que focam nos pontos fracos mais atrapalham do que ajudam
João Paulo Pacifico
set. 1 - 2 min de leitura
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Enzo (o nome é fictício, mas a história, real) tinha muita dificuldade para aprender a ler e escrever. Foi diagnosticado como hiperativo — e desde cedo tachado de “garoto difícil”.  Seus pontos fracos eram amplamente divulgados e, com o passar do tempo, a autoconfiança de Enzo foi baixando. Ele não apresentava mais aquela vitalidade e alegria nos outros aspectos de sua vida.

Focar só os problemas é um problema (você conhece alguém assim, né?).

Quando todo mundo ao redor de alguém ressalta só as suas dificuldades, a tendência é que essa pessoa se torne mais infeliz.

Qualquer aspecto da nossa vida interfere diretamente nos outros. Encontramos um ponto fraco em uma área e rapidamente deduzimos que somos fracos — isso não é verdade (essa frase vale ler novamente).

Construção da autoestima 

Segundo a professora da Harvard Rosabeth Moss Kanter, ajustar a imagem que fazemos de nós mesmos ao nosso potencial dá trabalho.

 

Não se constrói a autoestima batendo nas costas da pessoa e dizendo que ela é maravilhosa. A confiança é um processo muito mais complexo que vem quando você experimenta suas forças em ação.”

 

O que fazer com os pontos fracos?

Então, não devemos nem olhar para os nossos pontos fracos, correto? Errado.

É importante melhorarmos os pontos fracos até o ponto em que eles deixem de nos atrapalhar. Ninguém precisa ser excelente em tudo (esse parágrafo também é pra ler de novo).

Efeito Pigmaleão (esse teste é incrível)

Robert Rosenthal e Lenore Jacobson fizeram um estudo em uma escola pública na Califórnia. Eles deram aos professores uma relação dos alunos que haviam se destacado no Harvard Test of Inflected Acquisition.

Esses seriam os estudantes com maior potencial. O detalhe é que o teste não existia, e a lista era aleatória. No fim do ano, quando os pesquisadores voltaram, perceberam que os alunos citados superaram os demais.

 

O fato de os professores acreditarem no potencial dos estudantes melhorou o desempenho da turma. Trata-se de uma profecia autorrealizável.

 

E no trabalho?

J. Sterling Livingston deu a alguns gestores uma relação dos funcionários que haviam se destacado em um teste. Assim como no outro estudo, a lista foi aleatória. Ele chegou então a duas conclusões:

1) A expectativa dos gestores tem um grande impacto na performance e na carreira dos seus subordinados;

2)A percepção dos gestores sobre eles mesmos afeta desempenho dos subordinados.

 

Como juntar todas essas teorias?

  1. Encontre as forças do seu filho/liderado.

  2. Crie expectativas reais e deixe isso claro. Mas esteja aberto para se surpreender…

  3. Ao fazer coisas de que gosta, e tendo apoio de alguém, você certamente será mais realizado(a) e mais feliz.

 

Sempre há tempo para mudar

Se você ficou curioso triste com a história do Enzo do começo do texto, saiba que ele entrou na ONG Gaia+ e descobriu que é excelente em raciocínio lógico! Também é destaque por ser muito carinhoso amoroso. Hoje ele está bem mais feliz autoconfiante.

Muito obrigado por ler até aqui. Agora queríamos saber da sua opinião... Você já teve uma experiência em que só cobravam os seus pontos fracosComo foi? E como eram os seus melhores gestores?

Forte abraço,

João e Eduardo Pacifico

Ps. se quiser mais conteúdos, me siga no Instagram @joao_pacifico.

*Artigo publicado originalmente na VEJA SÃO PAULO de 28 de agosto de 2019, edição nº 2649.

 


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