A não ser que você queira
ser como um lobo solitário ou pretenda viver isolado no meio das montanhas como
um eremita, terá que passar boa parte da sua vida profissional, ou toda ela,
trabalhando em grupo e interagindo com outras pessoas. Porém, num mundo tão
competitivo como o corporativo, frequentemente trabalho em grupo é substituído
por “escalada a qualquer preço” e, interação com os demais, substituído por
“preciso ser melhor que os outros, custe o que custar”.
Buscamos freneticamente
sermos melhores que os outros, numa corrida sem fim, como se nossas carreiras e
vidas dependessem disso. Como se atingir metas ano após ano, fosse a única
métrica possível para determinar o tamanho do nosso sucesso e felicidade. Times
inteiros são estimulados a competir de tal maneira que esquecem que, antes de
tudo, são um time. E como time competem juntos, jamais entre si. Esquecemos o
mais importante: que precisamos apenas sermos melhores do que nós mesmos.
Esquecemos de buscar a nossa melhor versão.
E qual o papel da
liderança nesse cenário? Não raro, quem lidera usa sua posição privilegiada para
frear pretensões alheias de desenvolvimento e crescimento dentro da
organização. Defende seu território com unhas e dentes, com medo de perder seu
pequeno e temporário espaço, sempre de forma autoritária, na tentativa de impor
a ordem. Nada mais velho do que esse antigo e ineficiente modelo de gestão.
Líderes precisam
pavimentar caminhos. Sempre cabe ao líder o dever de estimular, promover,
desenvolver, treinar, capacitar, provocar, tirar do lugar comum, facilitar,
contagiar, dar liberdade e asas para quem está embaixo voar. Cabe a ele a
incumbência de despertar e alimentar o fogo interno de cada um. Quem está numa
posição de liderança precisa ser um realizador de sonhos!
Quando a liderança foca
apenas em atingir seus resultados a qualquer custo e alcançar suas metas de
forma tão competitiva, as pessoas são estimuladas a agirem de forma reativa (e
negativa), afinal, precisam salvar sua própria pele. Quando a liderança foca no
time e nas pessoas, elas são estimuladas a se desenvolver e melhorar suas
capacidades individuais, agindo de forma colaborativa e criativa. As pessoas, o
ambiente e as empresas, consequentemente, melhoram!
O potencial das pessoas
(e das empresas também) nunca é um ponto fixo! Precisa sempre ser estimulado e empurrado
para cima. Negócios e pessoas evoluem quando buscam melhorar a cada dia. Quando
focam sua energia em fazer melhor do que ontem e sabem que o amanhã, pode ser
sempre uma nova oportunidade para corrigir os erros cometidos no passado e
evoluir. O resultado é a consequência desse modus operandi, não o objetivo
final.
A busca desenfreada e
tresloucada por resultados a qualquer custo, IPO’s, dominar o mundo, sonhos de
dinheiro fácil, numa competição contra tudo e contra todos, apenas para
rentabilizar alguns poucos acionistas, tem deixado para trás, um rastro de terra
arrasada e isso não é mais sustentável. Para o mundo, para os próprios negócios
e, acima de tudo, para as pessoas. Todos precisam atuar de forma mais
colaborativa e menos competitiva. É hora de repensar as nossas relações de
trabalho urgentemente!
O mundo está mudando e
vivemos essa transformação agora no mercado de trabalho. Há uma ruptura com o
modelo mental de trabalho da Revolução Industrial que formou gerações inteiras
durante anos. Razões Sociais de empresas, começam a deixar de ser um mero nome
de cadastro para assumir sua real razão social de existência na sociedade em
que está inserida. A área de Recursos Humanos está no centro do furacão, sendo
impactada, criando e liderando um novo cenário, em que pessoas não podem mais
ser tratadas apenas como simples recursos e funcionários apenas como peças que executam
e cumprem funções sem pensar, mas sim como seres humanos que possuem ideias,
pensamentos, vontades e sentimentos.
O modelo de formação profissional
do passado, do “operário padrão”, está morrendo (se já não morreu). Assim como
o mundo linear e dos iguais. As organizações estão aprendendo a lidar com a
diversidade, com o diferente, não linear. Vivemos um momento em que o passado
não vai embora tão cedo e o novo ainda vai demorar para se consolidar. Continue
cuidando das pessoas!
#EMFRENTE!