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Liderar é aprender sempre.

Liderar é aprender sempre.
Iverson Teófilo dos Santos
Nov. 26 - 4 min read
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O escritor George Orwell nos dá uma grande lição do papel da liderança no seu clássico "A revolução dos Bichos". Nesta história podemos aprender modelos de liderança de sucesso, bem como modelo de liderança de fracasso. Independente de como se termina uma história, é fácil perceber que a maioria das coisas acontece sob a regência  de alguém que dirige, que guia, que comanda. O sucesso ou fracasso de alguém ou de uma instituição depende em muito do papel de suas lideranças.

O Velho Major, personagem de Orwell, é alguém inspirador, motivador, alguém que é capaz de criar um sonho no coração de todos os bichos da fazenda a ponto destes fazerem uma revolução inédita. Depois de sua morte e posterior disputa interna, Major é sucedido por Snowball, alguém ganancioso, egoísta, inescrupuloso que, no fim, coloca tudo a perder com um modelo desastroso de liderança.

Parafraseando Oscar Wild, posso dizer que "a vida imita as páginas". A liderança de sucesso do velho Major e a liderança desastrosa do Snowball estão acontecendo neste exato momento nas mais diversas organizações, sejam elas empresas, fundações, igrejas, estados, famílias e etc.  Neste exato momento alguns líderes estão levando seus grupos a atingirem lugares que nunca antes atingiram, assim como outros, estão botando a perder tudo o que foi construído em um passado.

Escrever sobre liderança sempre é um desafio. Como em qualquer área da vida humana, a dinâmica da cultura faz com que as mudanças sejam constantes e a prática de liderar não foge a isto. No mundo pós-moderno, nada permanece e tudo se percebe em constante transformação. Segundo o pesquisador das sociedades, Stuart Hall, "as sociedades modernas são, portanto, por definição, sociedades de mudança constante, rápida e permanente" (HALL,2011). Na atual sociedade, nada é mais durável, nada é mais sólido, e tudo é fluído, nada “pode verdadeiramente ser, ou permanecer por muito tempo, indiferente a qualquer outra coisa”. (BAUMAN, 2007). Esse ambiente de constante mudança influencia todas as organizações, sejam elas empresas, entidades religiosas, repartições públicas e etc. e a maneira como se exerce a liderança dentro das organizações muda e se adequa conforme a dança da cultura.  Tudo é vulnerável as vicissitudes da mudança- regra geral à qual a liderança não é exceção. (KELLERMAN, 2012). Não sabemos quando, nem como, mas podemos ter a certeza que a forma de liderar, sempre mudará.

Diante de toda essa dinâmica a única certeza que possuímos é que o homem precisa sempre se adaptar as mudanças através do processo de aprendizado. Aprender sempre e mais é o meio pelo qual nos manteremos atualizados as necessidades do presente tempo. Se deixamos de aprender, deixamos de liderar.

James C. Hunter que escreveu o clássico "O Monge e o Executivo" diz:  Ao pedirmos às pessoas que lideramos que se tornem o melhor que puderem, que se esforcem no sentido de se aperfeiçoarem sempre, devemos também demonstrar que nós, como líderes, estaremos também empenhados em crescer e nos tornarmos o melhor que pudermos (Hunter, 2004). Não se pode jamais abrir mão de aprender.

 

BIBLIOGRAFIA

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011, p 15

BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos: Rio de Janeiro: Zahar Editora, 2007, pg 12.

KELLERMAN, Barbara. O fim da liderança. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, pg xv

HUNTER, James C. O monge e o executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2004, pg 93

 


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