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Metas de ano novo: como realizar, de verdade?

Metas de ano novo: como realizar, de verdade?
Eliana Pinto
jan. 2 - 8 min de leitura
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Que tal seria chegar no final do ano com suas metas cumpridas?

É tudo o que queremos, não é mesmo?

É claro que não temos como afirmar e nem prever que tudo sairá como planejamos, no entanto, podemos focar em alguns elementos que aumentam significativamente as chances de realização e, por consequência, de bem-estar.

Vamos aproveitar o momento para definir as metas de ano novo baseadas nessas ideias?

Considere os 4 elementos abaixo.

1. Autoconhecimento

O início de tudo é o autoconhecimento!

O que é importante para você? (não para os outros). O que você gostaria de priorizar neste momento da sua vida e por que?

Para conseguir responder essas questões é fundamental uma boa dose de autoconhecimento, pois isso nos dá clareza do que é importante ou não, do que gostamos e não gostamos, das nossas forças e fraquezas, do que valorizamos e do que não valorizamos.

Se você quiser iniciar a sua jornada de autoconhecimento, sugiro começar com a identificação das suas forças e virtudes. Saiba como fazer isso no artigo "Por que conhecer suas forças e as do seu time pode te tornar um líder melhor?".

O autoconhecimento conecta-se diretamente com o segundo elemento que é a motivação.

2. Motivação

Existem dois tipos de motivação, a intríseca, que "vem de dentro" e a extrínseca, que "vem de fora".

As duas funcionam, mas a intrínseca é mais persistente e duradoura e nos faz querer fazer a atividade pela atividade em si, não pelo resultado que ela trará.

É importante saber que é natural do ser humano querer aprender e evoluir, engajar-se em atividades interessantes e desafiadoras, adquirir conhecimento e desenvolver habilidades e não precisa de incentivos externos para fazer isso, ou seja, naturalmente temos motivação intrínseca para nos desenvolvermos. Esse ponto é chave para entendermos como manter a chama da motivação acesa.

Experimentamos motivação intrínseca quando as 3 necessidades psicológicas básicas são satisfeitas:

  • autonomia: perceber que tenho controle sobre minha própria vida e agir em harmonia com o que penso e sinto.
  • competência: saber lidar de modo eficaz com o meio em que vivo.
  • relacionamentos: conectar-me com pessoas e fazer algo em benefício dos outros.

Portanto, ao definir suas metas, procure atender essas 3 necessidades. Por exemplo, para cada meta definida, acrescente as seguintes questões:

  • isso está em harmonia com meus valores pessoais?
  • poderei utilizar minhas foças nesta tarefa? que competências preciso desenvolver para realizar a tarefa?
  • quem pode me ajudar na jornada e como posso beneficiar mais alguém além de mim?

E quando a motivação é extrínseca? Experimentamos motivação extrínseca quando não percebemos as atividades como prazerosas ou escolhas espontâneas e, apesar disso, precisamos realizá-las por causa do resultado. Fazemos a atividade para obter recompensas, evitar punições, evitar emoções negativas e obter reconhecimento externo, por exemplo.

Neste caso, uma dica importante é trocar o "devo" ou "preciso" por "prefiro". Por exemplo, dizer "eu prefiro fazer esta atividade do que não fazê-la, pois isso será melhor para mim por me trazer tal resultado". Isso traz clareza dos motivos (autoconhecimento), dos benefícios (importância) e traz percepção de autonomia, ou seja, eu escolho fazer a atividade.

Esta forma de pensar e agir, nos faz realizar a atividade, mesmo sem sentir prazer em realizá-la, e não nos sentimos mal conosco por isso.

A motivação conecta-se diretamente com o terceiro elemento que é a disciplina.

3. Disciplina

A motivação é o combustível para seguirmos em frente e a disciplina é o empurrão que precisamos quando a chama da motivação estiver apagando.

A disciplina na execução das atividades é importante para termos foco, mantermos o ritmo, cumprirmos prazos, e para realizarmos as atividades com motivação extrínseca.

Aqui é importante usar algumas ferramentas, como hábito, gestão do tempo e gestão da energia.

Hábito

É mais importante a frequência e constância do que a intensidade.

Procure fazer um pouco por dia, todos os dias.

Defina um desafio do "tamanho certo" para seu momento e nível de desenvolvimento, ou seja, grande o suficiente para dar um "friozinho na barriga" e pequeno o suficiente para você se sentir capaz de superá-lo. Depois, vá aumentando o desafio aos poucos, conforme avançar. Isso traz mais motivação, pois você percebe sua evolução e evita desistência por metas irrealistas ou com benefícios a serem colhidos longe demais.

Gestão do tempo

Analise sua rotina atual e verifique o quanto cada atividade que você faz impacta positivamente suas metas e faça as seguintes reflexões:

  1. que atividades você poderia delegar ou eliminar?
  2. que atividades você poderia ajustar o tempo de dedicação (para mais ou para menos)?
  3. que atividades você não está fazendo e poderia fazer?
  4. em seguinda, refaça toda a sua rotina.

Para priorizar as atividades, você pode uzar a matriz "esforço x benefício". Classifique cada atividade como esforço alto ou baixo e benefício alto ou baixo, sempre tendo sua meta em mente. Em seguida, priorize as atividades na seguinte ordem:

  1. benefício alto e esforço baixo.
  2. benefício alto e esforço alto.
  3. benefício baixo e esforço baixo.
  4. benefício baixo e esforço alto.

Organize seu ambiente de trabalho e os materiais e documentos que precisa para executar as atividades.

Gestão da energia

Faça pausas e faça uma coisa de cada vez. A ideia é parar antes de cansar e antes de se distrair.

Elimine as distrações, como notificações do celular, pegue a próxima atividade priorizada e execute-a até terminá-la, respeitanto as pausas. Desta forma você minimiza chances de cometer erros e diminui o tempo total de execução, aumentando sua produtividade e criatividade, pois estará focado e descansado.

As pausas podem ser pequenas, como 5 minutos durante o dia, médias, como uma boa noite de sono e finais de semana, ou grandes, como férias. Todas elas são importantes.

Tudo o que for fazer, faça com atenção plena no presente (inclusive as pausas). Não pense no que fez ou deixou de fazer (passado) nem no que vai acontecer (futuro). É útil pensar nessas coisas no momento do planejamento e do aprendizado, mas na hora da execução, o foco deve ser a atividade sendo realizada no momento presente.

A disciplina conecta-se diretamente no quarto elemento que é o planejamento.

4. Planejamento

Um bom planejamento de metas ajudará muito na execução das atividades com disciplina.

Tendo clareza do que é importante para você (autoconhecimento) e porque é importante (motivação) é hora de fazer um bom planejamento de metas.

Pense no seu objetivo maior, por exemplo, o que você quer atingir no final do ano ou daqui 2 anos. Essa é a sua bússola, o que indica seu norte.

Depois, pense nas metas para chegar lá, que são os objetivos intermediários, com marcos alcançáveis ao longo da jornada. Esse é o seu mapa pra chegar aonde sua bússola aponta.

Para cada meta, defina as atividades necessárias para atingí-la, as ações específicas, com datas, e coloque na agenda. Isso é o que você executará no dia a dia com disciplina.

Defina indicadores para cada meta e monitore seu avanço, ou seja, como você saberá que está no caminho certo e que a meta foi atingida? Isso ajudará você a recalcular a rota, se necessário, além de trazer motivação, pois você perceberá o avanço.

Visualize você atingindo o objetivo maior, com riqueza de detalhes. Por exemplo: o que acontecerá? o que você vai pensar, ver, ouvir, sentir? quem estará com você e onde? Isso te trará mais motivação e inspiração para encontrar o caminho.


Por fim:

  • comemore cada atingimento de meta. Isso te dará mais combustível (motivação) para seguir e alimentará sua crença de que você é capaz de realizar,  pois a evolução fica evidente.
  •  divirta-se no caminho e desfrute da realização e de todo o bem-estar e felicidade que isso traz.

Feliz você novo!



Referências:

  • Deci, E. L., Ryan, R. M. (2002). Handbook of self-determination research.
  • Sheldon, K. M. (2002). Self-concordance model of healthy goal striving: when pesonal goals correctly represent the person.

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