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Mudando o mindset, mudando os resultados

Mudando o mindset, mudando os resultados
Cintia Suplicy
jan. 9 - 9 min de leitura
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No mundo dos negócios há algo que temos que lidar e que pode destruir os melhores profissionais e os melhores líderes.

Não é um agente externo que você não conhece, é algo muito mais poderoso, capaz de fazer com que você fuja de um desafio ou tome atitudes que nunca gostaria de ter tomado: a sua mente.

A sua mente é, na maioria das vezes, responsável por impulsos, distrações, atitudes falhas ou imprecisas e qualquer outra coisa que te desvie do seu foco e de seus objetivos na vida.

Sendo a mente a maior responsável pelos nossos comportamentos, assertivos ou não, é de se pensar que ela seria prioridade no desenvolvimento de um bom líder, não é mesmo?

Mas não é o que vemos acontecendo no mercado. Gastam-se milhões em treinamentos técnicos e comportamentais que são, muitas vezes engavetados pelos líderes que continuam as suas vidas, com muito conhecimento e pouco autoconhecimento.

É uma corresponsabilidade. De um lado a empresa, que precisa priorizar o autoconhecimento e de outro, o profissional, que precisa desejar e ir em busca da mudança.

Nosso cérebro impacta as nossas decisões e atitudes diárias. Basta um pensamento destrutivo para perder um cliente, não conseguir atingir uma meta, envolver-se em conflitos, perder dinheiro ou bons profissionais.

Imagine um líder que não consegue lidar com as mensagens diárias que a sua mente envia pra ele. O impacto disso na equipe e nos resultados é enorme.

Carol Dweck, pesquisadora e professora de Stanford e uma das maiores especialistas do mundo no campo da personalidade, diz que “a opinião que você adota a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pela qual você leva a sua vida”.

Por anos estudando como a mente afeta o sucesso, ela divide os indivíduos por seu padrão mental, o que chama de mindset fixo e mindset de crescimento, que muitas vezes são padrões aprendidos e adotados por nós desde a nossa infância.


Como identificar se uma pessoa tem mindset fixo ou de crescimento?

A pessoa com mindset predominantemente fixo, acredita que suas qualidades são imutáveis, que não pode melhorar com o tempo, tem uma visão limitada e tem a necessidade de provar constantemente o seu valor. Quando colocada frente a um desafio, não acredita que o esforço fará com que chegue no objetivo final e passa a temer o desafio. Cerca-se de pessoas que concordam com ela e se mantem em sua zona de conforto, que é onde tem domínio e onde prosperam. Mas quando é desafiada a sair dela, não consegue.

Já a pessoa cujo mindset predominante é o de crescimento, acredita que pode se tornar o que quiser, e que o esforço e a experiência pode modificá-la e torná-la melhor. Ela aprende com os desafios e prospera com eles.


É possível modificar nosso padrão mental?

Rick Hanson, neuropsicólogo e membro do Greater Good Science Center, da Universidade da Califórnia, diz que o cérebro é um órgão que aprende e que “foi concebido para ser modificado pelas nossas experiências. Tudo aquilo que sentimos, percebemos, queremos e pensamos de maneira frequente esculpe, de forma lenta porém segura, a estrutura neural”.

Imagine que seu cérebro é como um músculo. Se você quer definir seus músculos, você vai à academia, cria uma rotina e se esforça para modificar a sua estrutura muscular. Não é na primeira vez nem na segunda nem na terceira que você vai conseguir, mas com exercícios diários você passa a defini-los. Assim ocorre com nossa estrutura neural. E o primeiro passo para iniciar esta mudança é perceber o seu padrão mental e começar a agir para modificá-lo.

O principal agente transformador do cérebro é onde você coloca a sua atenção.

Digamos que você teve uma experiência de fracasso com a sua equipe e isso trouxe consequências graves para a empresa.

Se você direcionar a sua atenção para a autocrítica, para a dor, para os resultados negativos que a sua ação promoveu, dificilmente conseguirá recuperar-se. Sua mente apenas reforçará aquilo que você está pensando: “sou um fracasso”, “não vou conseguir modificar este resultado”, “meu chefe não confia mais em mim” e por aí vai. Desta forma, você ficará mais ansioso e predisposto à raiva, culpa, tristeza, decepção e ao estresse.

O estresse elevado aumenta os níveis de cortisol, o que afeta a nossa capacidade cognitiva, ou seja, pensamos de maneira mais limitada e dificilmente iremos encontrar uma solução.

Quando direcionamos a nossa atenção para o lado bom da situação, que podem ser os aprendizados, o apoio que alguém te deu no momento da situação, as oportunidades que podem surgir a partir do desafio, ampliamos a nossa visão periférica, o que faz com que encontremos mais possibilidades de soluções.

A sua mente pode ser a sua melhor amiga, mas também a sua pior inimiga.

Mas como duas pessoas que passam pela mesma dificuldade encaram e lidam com as situações de forma diferente?

O nosso padrão mental é constituído pela genética, pelo meio e pelas nossas experiências. Além do fato de termos herdado um cérebro mais negativo de nossos ancestrais, que precisavam estar constantemente em um estado alerta, de medo, pelos perigos que a vida lhes oferecia. Se nossos ancestrais não tivessem medo (estamos falando lá da idade da pedra), eles seriam engolidos pelos animais ou mortos pelas tribos vizinhas.


Adotar um padrão mental de crescimento e mais positivo, para alguns, pode ser mais desafiador devido a sua constituição e experiências passadas, mas é possível modificar nosso cérebro com nossas atitudes diárias.

É possível preparar a nossa mente para ser mais otimista e resiliente. O primeiro passo é identificar o nosso padrão mental e os pensamentos que nos boicotam.

Para desenvolver um padrão mental de crescimento, precisamos trabalhar diariamente a nossa mente, não apenas quando temos um gatilho que desencadeia os pensamentos boicotadores.

Exercícios que vão te ajudar a preparar a sua mente para um novo padrão mental:

- Pratique a Gratidão: 
Pode parecer estranho, mas a gratidão é objeto de pesquisa e possui vários benefícios: A gratidão impacta no bem-estar físico e mental. Ela está correlacionada ao trabalho com mais vitalidade e entusiasmo, além de trabalhadores gratos serem mais eficientes, produtivos responsáveis e construírem vínculos mais positivos (Algoe, 2012).
Emily Fletcher, fundadora do Ziva, considera a gratidão como um antidepressivo natural e que quando praticada diariamente, “produz uma sensação de felicidade e contentamento duradouros, cuja base fisiológica está no nível do neurotransmissor. Quando expressamos gratidão e recebemos o mesmo, nosso cérebro libera dopamina e serotonina, os dois neurotransmissores cruciais responsáveis ​​por nossas emoções. Eles melhoram nosso humor imediatamente, fazendo-nos sentir felizes por dentro. Ao praticar conscientemente a gratidão todos os dias, podemos ajudar esses caminhos neurais a se fortalecerem e, finalmente, criar uma natureza positiva permanente dentro de nós.”
- Ressignifique: 

Quando perceber que a sua interpretação sobre uma situação não está te ajudando, pense em como pode modificar a sua maneira de enxergar as coisas para que você saia do estado mental fixo ou negativo.

Pergunte-se: como posso enxergar esta situação de modo que ela me ajude? Quais os aspectos positivos posso extrair dela? Quais oportunidades eu não estou enxergando?
- Atenção e Presença: 

Muitas de nossas atitudes são reações impulsivas a uma situação considerada de ameaça. Se estivermos atentos e presentes, conseguimos parar para analisar melhor a situação e não nos deixar levar pelas emoções, que desencadeiam reações de luta ou fuga. Praticar a meditação ou o mindfulness pode te ajudar muito a adquirir presença.

As dicas acima irão te ajudar a manter a sua mente mais saudável, a sua saúde mental em dia e um padrão mental de crescimento e mais positivo.

No próximo artigo, vou falar mais a fundo sobre como você pode modificar seu modelo mental através da mudança de suas crenças e de suas atitudes. Te vejo lá!

Cintia Suplicy
Psicóloga, Designer de Organizações Positivas, Mentora de Felicidade e Autenticidade, co-gestora da Líder Academy




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