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O que podemos aprender sobre liderança com o Professor da série: La Casa de Papel?

O que podemos aprender sobre liderança com o Professor da série: La Casa de Papel?
Marcelo Simonato
nov. 30 - 8 min de leitura
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Foi com grande expectativa que os fãs da série “La Casa de Papel” aguardaram em contagem regressiva o último dia 03 de setembro quando ocorreu o tão esperado lançamento da “Fase 1 da Temporada 5”, uma das séries mais assistidas dos últimos anos. Isso porque a trama não se trata apenas de uma história de roubo à Casa da Moeda, mas da inteligência e meticulosidade em que um homem intitulado como “Professor” lidera uma das maiores equipes, personagens cujos perfis são extremamente diversos, complicados e problemáticos.

Embora a série seja classificada como entretenimento, podemos absorver valiosas lições para o universo dos negócios e, principalmente, sobre liderança.

O que posso aprender sobre liderança com assaltantes de bancos? Você pode se perguntar. Muita coisa, eu diria. Vem comigo que eu explico no caminho!

Um dos primeiros diálogos que aconteceram na temporada 1 foi o do Professor com a recruta Tóquio, uma fugitiva da polícia que fica bastante intrigada sobre o porquê deveria aceitar a proposta do professor, que inicialmente parecia absurda. Ela então é surpreendida pela seguinte resposta: “você deve aceitar porque eu planejei este assalto por longos anos”. E é justamente aqui que temos a primeira lição:

  1. Planejamento – O Professor havia estudado minuciosamente cada movimento, inclusive, já tinha arquitetado tudo, até mesmo, para casos de falhas e conflitos extremos. Ele tinha um plano sistemático, porém se algo desse errado, havia um plano B, C e D. O Professor conhecia cada pedaço da Casa da Moeda, a rotina dos guardas e a reação da CIA diante do sequestro. Como líder, o Professor guiou a sua equipe para um projeto extremamente ousado, porém seguro, efetivo e de êxito porque havia calculado friamente cada ação.
  2. Recrutamento baseado na diversidade – Para o Professor não havia preconceitos, por isso, em sua equipe havia pessoas da geração X, Y, Z e Alpha. Havia mulheres, idosos, jovens, indivíduos com outras ideologias de gênero, opções sexuais, de diferentes culturas, crenças e raças. Ele selecionou pessoas diversas, distintas e diferentes, mas cheias de habilidades. Aqui podemos aprender que o sucesso de um time está na diversidade e o Professor sabia disso.
  3. Estabeleceu a ética – Apesar da equipe ser um grupo de pessoas completamente diferente, o Professor, como um bom e esperto líder deixou claro a necessidade de seguir algumas regras de comportamentos morais, regras sobre o que era certo e errado, positivo e negativo e, como todos deveriam agir. Aprendemos neste exemplo que o líder deve ser claro quanto às condições, às relações e a conduta ética de cada membro dentro do time.
  4. Capacitação, treinamento e mentoria – Todos os recrutados para o assalto não começaram sem antes serem treinados, capacitados e habilitados. Todos eles aprenderam como agir em casos de emergências, ferimentos ou acidentes. O Professor treinou a equipe e desenvolveu competências dos membros, considerando o perfil comportamental de cada um. Além disso, ele foi capaz de desenvolver o principal fator que um líder deve ter: a confiança do time. Neste tópico, podemos notar que um líder de alto impacto é aquele em que todos confiam.
  5. Líder emocionalmente equilibrado – Ao observar todas as temporadas, raramente vimos o Professor “perdendo a linha”. Até mesmo quando acreditava terem executado Lisboa, ele age pela razão e continua seguindo o plano. O Professor nos ensina que todo líder, ainda que trabalhando com um time com várias personalidades fortes, opiniões divergentes e índoles diferenciadas, pode conviver em harmonia. Ele conduz o time com equilíbrio emocional, driblando os desentendimentos e alimentando a confiança, parceria e amizade. Além disso, em um assalto (e aqui podemos comparar aos momentos de pressão nos negócios) existem muitos estímulos estressantes que podem desestabilizar a equipe se o líder não desenvolver o Q.E. (quociente emocional). O Professor foi absolutamente racional, por isso a equipe sobreviveu ao maior caos da Espanha e saiu vitoriosa.
  6. Engajamento dos liderados – Como líder, o Professor conseguiu apresentar o caminho todo, engajando todos os integrantes da equipe em um único propósito. Por meio da clareza, honestidade e humanidade, o professor convenceu vários “fora da lei” a se envolver de corpo, alma e espírito no plano da Casa da Moeda, é mole? Aprendemos aqui que a credibilidade gera bons resultados, e que às vezes, devemos dar um voto de confiança para profissionais excluídos, com baixo rendimento e até mesmo taxados como inadequados. Devemos recuperá-los ao invés de simplesmente desligá-los.
  7. Influência na opinião dos poderosos – Como líder, o Professor usa de recursos para mobilizar a opinião pública. Na maioria dos episódios, nós podemos vê-lo manipulando a imprensa para conseguir atingir os seus objetivos, livrar um membro ou improvisar um novo plano. No universo corporativo não é diferente. O líder precisa utilizar de persuasão para convencer “os grandões” (e a própria equipe) de que o seu plano é bom e vale a pena investir na ideia. O bom líder deve influenciar, encantar e mobilizar as pessoas ao seu redor para dar significado especial para o projeto que deseja realizar, para a meta que deseja atingir e os resultados que deseja entregar.
  8. Fé em tempos de crise – Quando tudo parecia perdido, mesmo tendo tudo planejado por longos anos, o Professor sabia que problemas aconteceriam. Ele sabia que haveria situações “fora de controle” (e isso é o máximo, já que muitos líderes acham que sabem tudo e se negam aceitar a realidade de que problemas surgirão). Um dos maiores líderes ficcionais dos últimos anos, o Professor, nos mostrou que prever ações para supostos erros é necessário, mas devemos estar preparados e ter a flexibilidade para agir caso algo inesperado aconteça. Aprendemos que o bom líder deve se antecipar aos eventos negativos e estar preparado para assumir o controle dos riscos. Sem querer dar spoiler, até os assaltantes mais amados do mundo souberam levantar bandeira branca e admitir impotência. O líder deve saber a hora de retroceder para depois atacar novamente.
  9. A união que faz a força – Esta frase popular é tão antiga, mas continua sendo real. Certamente, você já deve saber que “casa dividida não subsiste”. Por mais que, muitas vezes, o time do Professor tenha se desentendido, ou saído fora do plano original por alguns instantes, ainda assim, eles se mantiveram unidos. Isto porque o Professor deixou claro que não há nada mais destrutivo para qualquer equipe do que a desconfiança, desunião e disputas (tanto que utilizou dessa estratégia para dispersar os investigadores). No time do Professor, ninguém ficava para trás e não havia divisão. Era “todos por um, e um por todos”. O bom líder deve ser capaz de manter todos unidos, juntos e alinhados.

 

Bom, a série ainda não terminou e, pelo visto, está bem longe de acabar. Ainda vamos tirar muitas lições com os episódios da Fase 2, e das próximas temporadas. Claro que voltaremos a falar mais desse assunto no futuro, mas até lá… Se você é um líder, aproveite para analisar cada um dos pontos aqui apresentados e melhorar a sua performance.

É verdade que tudo não passa de ficção! Contudo é possível liderar em um formato que supera todos os outros que já conhecemos. Pense nisso.

Abraços e até a próxima!

Marcelo Simonato

 


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