João Paulo Pacifico, CEO do Grupo Gaia, destaca os problemas que a masculinidade masculinidade tóxica pode gerar (para homem e mulher), dentro e fora do trabalho.
Ao chegarem na festa da minha filha, alguns pais acharam estranho o fato de terem dois personagens Gaston iguais...
Um era o contratado, o outro era eu!!! Em todas as festas das minhas filhas, eu e minha esposa nos fantasiamos... já fui de Mickey ao lobo mau vestido de vovózinha, passando por alguns príncipes e pelo Urso, amigo da Masha.
Para muitos, se fantasiar em uma festa infantil seria constrangedor, e super respeito... para mim, uma diversão.
Mas de onde vem esse constrangimento? De um padrão que a sociedade impõe que homens não devem ser vulneráveis... mas é algo bem mais grave do que isso.
Gaston é o típico macho-alfa, quer se mostrar garanhão, infalível, passa por cima dos outro pra mostrar o seu poder. Assim como tantos líderes nas empresas...
Você já parou para pensar o quão inseguro é um homem que tem necessidade de mostrar seu poder?
E, quão frágil é o que precisa diminuir outras pessoas para mostrar o seu valor?
Nessa semana, Carl Nassib se tornou o primeiro jogador ativo da história da NFL (liga de futebol americano) a se declarar gay. Sim, o primeiro depois de 101 anos...
Você tem ideia de quantos homossexuais trabalham no mercado
financeiro e escondem isso com receio de serem prejudicados?
Imagine o sofrimento ao ter que fingir ser algo que não é?
Masculinidade tóxica são as características que a sociedade atribui ao gênero masculino de maneira “estereotipada”... sim, ESTEREOTIPADA! Que é fomentada não só por homens, mas também por algumas mulheres.
Homem chora, homem tem inseguranças, homem sofre, homem pode ser carinhoso, homem pode depender financeiramente de outras pessoas...
a masculinidade tóxica é o terraplanismo do comportamento dos homens.
E quem sofre com a masculinidade tóxica?
Homens são os que mais se suicidam, que mais estão nas ruas e nos presídios e que mais sofrem de alcoolismo. A masculinidade tóxica faz muito mal para os homens.
Mulheres são subjugadas pelo comportamento machista e são vitimas de violência física, inclusive. Em 2020, 5 mulheres foram mortas por dia por serem mulheres... toda comunidade LGBTQI+ sofre com esse machismo.
E não para por aí. Se é chefe, a sua equipe sofre, ser liderado por alguém assim não é fácil. Sua família também sofre, pois ele vive sustentando uma armadura pesada de se carregar.
Imagine o perigo que é ter o presidente de um país com masculinidade tóxica? Sim, estamos diante desta situação no Brasil.
Nesse momento você já pensou em alguém que é assim... talvez esse alguém seja você... mas siga em frente nesse artigo, será bom...
A partir do momento em que cria a consciência de que algo está errado com o seu comportamento, vem a vontade de mudar, mas e aí, o que fazer?
- Chore e coloque pra fora tudo o que guardou durante todo esse tempo. Não se culpe, olhe o passado como uma etapa importante do seu aprendizado.
- Saiba que não será fácil desconstruir uma imagem que foi cultivada por tanto tempo e que você acreditava ser real.
- Procure alguém de sua confiança para se abrir (buscar uma terapia profissional é uma ótima decisão).
E o que fazer se algum homem tóxico te pedir ajuda?
- Acolha, escute, não julgue, apoie! O parabenize por dar um passo tão libertador e importante.
Por fim, leia com muita atenção: mulher não é objeto, tirar sarro de alguém só diminui o autor, ninguém escolhe a orientação sexual (por isso, não é opção sexual, mas sim orientação), ter preconceito diz muito sobre o preconceituoso.
Por tanto, não seja como o Gaston, mas sim...
... SEJA HOMEM, isto é: seja amoroso, carinhoso, vulnerável, respeitoso e todas as admiráveis características que são atribuídas às mulheres, mas que os homens também podem ter ❤️
Com amor,
joão
Artigo publicado originalmente na newsletter do LinkedIn.
Ps1. Esse assunto é super importante, porém pouco falado. Comente o que você achou desse artigo e se acha que alguém pode aproveitar essa leitura, compartilhe com essa pessoa.
Ps2. Se quiser se juntar a um grupo que discute esse tema e outros relacionados à masculinidade, siga @brotherhoodbrasil no insta.
Ps3. Meu agradecimento super especial ao querido Gu Tanaka por contribuir com esse artigo e me ensinar sobre masculinidade tóxica. Também ao Léo Ferro por me apresentar ao Gu e ao brotherhood.
Ps4. Ao escrever o artigo descobri que dia 28 de junho é o dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, a minha amiga Dani Botaro escreveu sobre ESGD nas empresas, clique aqui pra ler.
Ps5. Hoje publico o sétimo artigo... um número que eu gosto... e já atingimos a impressionante marca de mais de 94 mil assinantes na newsletter. Vou dar uma breve parada, estarei de férias na próxima semana, depois vou caminhar mais com o meu segundo livro (tá bem leal), mas logo volto com mais reflexões!
Ps6. Gratidão por dedicar o seu tempo a ler esse artigo e os 6 Ps`s... até breve 🙏🏼
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